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Sally Rooney defende Palestine Action e gera controvérsia em Londres

A escritora irlandesa Sally Rooney expressou apoio a um grupo de solidariedade pela Palestina, levando o governo britânico a lembrar que tal ato é considerado ilegal.

há 1 hora
Sally Rooney defende Palestine Action e gera controvérsia em Londres

A escritora irlandesa Sally Rooney, conhecida pela sua obra "Pessoas Normais", manifestou no passado sábado o seu apoio à organização Palestine Action, uma entidade que foi classificada como terrorista pelo governo britânico em julho após ataques a instalações militares. Esta declaração de Rooney despertou a atenção do governo de Londres, que reiterou que apoiar grupos proscritos é um crime conforme a legislação antiterrorista do Reino Unido.

Palestine Action tem sido alvo de críticas e defesas desde a sua inclusão na lista de organizações ilegais, onde é emparelhada ao Estado Islâmico. Muitos defensores, incluindo o líder da Amnistia Internacional no Reino Unido, Sacha Deshmukh, consideram essa categorização como desproporcional, dado que o grupo também promove ações pacíficas.

Recentemente, mais de 500 manifestantes foram detidos em Londres por se unirem em apoio ao Palestine Action e sua luta. Entre os detidos, encontravam-se uma significativa proporção de cidadãos com mais de 60 anos, levando a questionamentos sobre a natureza das suas reivindicações, incluindo um artigo de opinião no The Guardian que interroga: "É realmente terrorismo um vigário segurando um cartaz pacífico?"

No artigo publicado no Irish Times, Rooney deixa claro que pretende utilizar os seus rendimentos literários e a sua voz pública para apoiar a Palestine Action e a luta contra o que ela considera um genocídio. "Após quase dois anos de uma agressão contínua, devemos ao povo da Palestina mais do que meras palavras", enfatizou.

Em resposta, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, sublinhou que "apoiar uma organização proibida é ilegal" e que "ninguém deveria fazê-lo". Rooney, por outro lado, criticou as políticas do governo britânico e a forma como estas afetam a liberdade de expressão, advertindo que essa situação compromete o âmbito cultural e intelectual no país.

A guerra em Gaza, que se intensificou desde 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas a Israel, já causou mais de 62 mil mortos, em sua maioria civis, e gerou uma crise humanitária sem precedentes. O bloqueio a ajuda humanitária e as restrições impostas por Israel exacerbaram a situação, deixando a população palestiniana em necessidades extremas.

Com mais de 2,1 milhões de pessoas a enfrentar uma "situação de fome catastrófica", a ONU declarava já há muito tempo que a situação em Gaza é uma crise humanitária sem precedentes, onde a fome e a violência continuam a ceifar vidas e a influenciar a resposta internacional.

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