O diretor clínico do hospital revela em tribunal que Maradona não seguia a medicação e tinha hábitos prejudiciais, desaconselhando tratamento em casa.
Durante o julgamento em que sete profissionais de saúde são acusados de homicídio simples por negligência na morte de Diego Maradona, o diretor clínico da clínica onde o ícone do futebol esteve internado antes de falecer prestou declarações que lançam luz sobre a situação do jogador.
Pablo Dimitroff, responsável pela Clínica Olivos, afirmou em tribunal que Maradona apresentava um comportamento autodestrutivo, alternância anómala entre sono e vigília, e não estava a seguir o regime de medicação prescrito.
O médico, que acompanhou Maradona durante a sua internação e intervenção cirúrgica a um hematoma subdural na cabeça, expressou preocupações em relação à decisão de permitir que o ex-futebolista recebesse tratamento em casa, afirmando que esta não era a abordagem adequada.
"A sua alimentação era deficiente, não se levantava da cama e tinha um padrão de sono irregular", declarou Dimitroff, reforçando que a continuidade do tratamento na clínica teria sido a solução mais apropriada.
O especialista sugeriu que a única maneira de garantir uma recuperação eficaz seria a transferência de Maradona para uma instituição especializada, capaz de abordar os problemas de dependência e reabilitação necessários.
A preocupação do médico foi reconhecida pela família e pela equipa médica de Maradona, que também se mostraram cientes das dificuldades em gerir a situação em casa.
O julgamento, marcado por desentendimentos e tensões, teve início em março e contará com a audição de aproximadamente 120 testemunhas, com defesa dos réus a negar responsabilidade na morte do lendário jogador.
Diego Maradona, campeão mundial em 1986 e um dos maiores nomes do futebol global, faleceu aos 60 anos devido a uma crise cardiorrespiratória, após uma cirurgia e uma convalescença domiciliária problemática em Tigre, arredores de Buenos Aires.