Libertação dos reféns em Gaza é exigida em protesto frente ao gabinete de Netanyahu
Centenas de manifestantes, incluindo ex-reféns de Gaza, juntaram-se em Jerusalém para solicitar o fim da guerra, enquanto Netanyahu se reunia com o seu gabinete de segurança.

Hoje à noite, em Jerusalém, um vasto grupo de pessoas, entre elas ex-reféns que foram libertados de Gaza, congregaram-se em frente ao gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. O protesto ocorreu em simultâneo com uma reunião crítica do gabinete de segurança, que abordou o futuro das operações militares na Faixa de Gaza. Os manifestantes, que brandiram bandeiras israelitas e imagens dos 49 reféns ainda em cativeiro, entoaram o lema "Vamos trazê-los de volta".
Dentro do gabinete, Netanyahu discutia estratégias com a sua equipa, a poucos metros do local da manifestação. Sharon Kangasa-Cohen, historiadora presente no protesto, enfatizou: "A única forma de trazer os reféns para casa é acabar com a guerra e aliviar o sofrimento de todos os afectados, incluindo os habitantes de Gaza e os seus soldados". Ela alertou que qualquer incremento na ofensiva militar poderia colocar mais vidas em risco.
Pépé Alalou, antigo vice-presidente da Câmara de Jerusalém, expressou a sua determinação em participar da manifestação, afirmando que "não podia deixar de vir". Segundo ele, "é urgente salvar os reféns", sublinhando que "Israel perdeu a sua bússola moral".
O Fórum das Famílias de Reféns informou que alguns manifestantes se acorrentaram no local, em apelo a um acordo que possibilite a libertação dos retidos. Desde os ataques de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas e seus aliados raptaram 251 pessoas, ainda restam 49 em cativeiro em Gaza, com 27 já confirmadas como mortas pelo exército israelita.
Em declarações mais amplas, Mohammad Mustafa, primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana, sublinhou a sua intenção de reconstruir o enclave após o fim do conflito e estabelecer um Estado palestiniano, referindo que Israel estava a tudo fazer para obstruir essa possibilidade.
Por sua vez, Netanyahu reafirmou que não planeia anexar a Faixa de Gaza, mas que “uma agência governamental” assumirá temporariamente o controle do território, que eventualmente seria entregue a “forças árabes”. O premier reiterou que as metas primordiais da ofensiva permanecem a "destruição total do Hamas" e o "regresso de todos os reféns". Actualmente, Israel controla cerca de 75% do território da Faixa de Gaza.
O conflito teve início com os ataques do Hamas em 7 de outubro, que resultaram na morte de cerca de 1.200 israelitas e no sequestro de 250 pessoas. A retaliação de Israel já causou mais de 61 mil mortos, segundo estimativas de fontes locais, devastando as infraestruturas do enclave e forçando a deslocação de centenas de milhares de pessoas.