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Irão critica Trump pelo "jogo mediático" sobre o seu programa nuclear

O Irão desvaloriza possíveis diálogos com os EUA, acusando Trump de inconstância nas suas posições e de agir em prol de uma estratégia psicológica.

há 5 horas
Irão critica Trump pelo "jogo mediático" sobre o seu programa nuclear

O Irão manifestou-se esta manhã, acusando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de estar sempre a alterar as suas posições em relação a um possível acordo sobre o programa nuclear iraniano. O Governo de Teerão caracterizou o comportamento do líder americano como parte de um "jogo psicológico e mediático".

Em declarações, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmaeil Baqaei, afirmou que as declarações dos EUA não devem ser levadas a sério, considerando-as mais como estratégia de manipulação do que um verdadeiro convite ao diálogo. "Ouvimos que seriam adotadas novas medidas de manhã e à tarde já se impunham novas sanções. Esta oscilação gera desconfiança", esclareceu.

Baqaei não hesitou em lembrar que as conversações entre os dois países estavam em curso quando Israel iniciou a sua ofensiva contra o Irão a 13 de junho. Por sua vez, Trump demonstrou firmeza ao afirmar que não irá oferecer nada ao Irão nas negociações e destacou que os ataques aéreos de junho contra instalações nucleares em Fordo, Esfahan e Natanz destruíram, na sua perspectiva, o programa nuclear do país.

O presidente norte-americano, que retirou os EUA de um acordo internacional com o Irão durante o seu primeiro mandato, também reiterou que não está a estabelecer qualquer diálogo com Teerão, após já ter afirmado que "as instalações nucleares foram completamente eliminadas". Recentemente, Trump insinuou que poderia reatar conversações esta semana, mas Teerão manteve-se cético, especialmente após o apoio norte-americano à ofensiva israelita, que foi interrompida por um cessar-fogo em 24 de junho.

O porta-voz iraniano também criticou a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), acusando-a de não agir conforme as suas responsabilidades, influenciada por alguns dos seus membros. Baqaei defendeu que a AIEA deve seguir os seus deveres técnicos sem se deixar pressionar.

Com relação à AIEA, a diplomacia de Teerão indicou que França, Reino Unido e Alemanha têm exercido pressão sobre o Irão através do organismo da ONU, manifestando descontentamento com uma resolução aprovada pouco antes do início da ofensiva militar de Israel.

Os três países europeus condenaram as ameaças contra o diretor-geral da AIEA e pediram ao Irão que assegurasse a segurança dos seus funcionários. Os ministros das Relações Exteriores de França, Alemanha e Reino Unido solicitaram também que as autoridades iranianas se abstenham de qualquer ação que prejudique a cooperação com a AIEA.

Finalmente, o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, denunciou as "intenções maliciosas" do diretor-geral da AIEA, considerando essencial que este visite as instalações nucleares bombardeadas pelos EUA.

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