O Palácio de Justiça de Lisboa sofreu uma paragem total na rede, prejudicando o acesso a sistemas cruciais e atrasando várias diligências, conforme denuncia o Sindicato dos Funcionários Judiciais.
Hoje, o Palácio de Justiça de Lisboa enfrentou uma interrupção total na rede que impossibilitou o acesso a plataformas essenciais como internet e serviços de telefonia. Esta falha resultou no adiamento de diversas diligências, conforme relata o Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ).
De acordo com o SFJ, que falou à Lusa, os problemas técnicos continuam a afetar o funcionamento dos tribunais, dificultando o trabalho dos funcionários que precisam dos sistemas informáticos para desempenhar as suas funções.
Em resposta, o Ministério da Justiça (MJ) confirmou que, a partir das 13:30, foi registada uma falha "num equipamento" da rede no Palácio de Justiça de Lisboa, a qual tem impedido o acesso às aplicações desde então. Para resolver a situação, o Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ) enviou uma equipa ao local para investigar a origem do problema, com a expectativa de restabelecer os serviços até ao início do dia de terça-feira.
O SFJ indicou que 10 diligências nas competências cível central e local foram adiadas, assim como seis videoconferências, e um depoimento importante não foi registrado no sistema. No juízo do trabalho, algumas atividades foram conduzidas 'offline', com os registos guardados em dispositivos USB.
Além disso, foram relatadas falhas e lentidão em Almada, Alenquer, Barreiro e no Local Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça. O sindicato expressou a sua preocupação ao afirmar que estes problemas se têm tornado frequentes, afetando a eficácia do sistema de justiça e desrespeitando os prazos e os profissionais da área.
O SFJ frisou que a situação atual evidencia a fragilidade estrutural dos sistemas informáticos da Justiça. O MJ, por outro lado, explicou que está em curso um plano de renovação dos equipamentos, incluindo o que falhou no Palácio de Justiça de Lisboa.
Os funcionários judiciais também alertaram para a ausência de alertas ou comunicações oficiais imediatas por parte da Direção-Geral de Administração da Justiça (DGAJ) ou do IGFEJ, o que os leva a atuar como "sentinelas" no terreno.
Vale recordar que, há uma semana, os funcionários já tinham apontado falhas que interferiam no normal funcionamento dos tribunais, sendo que o IGFEJ havia atribuído a culpa à MEO, a operadora responsável pela rede. Contudo, essa informação foi posteriormente relativizada.
O IGFEJ está a continuar a investigar a causa das instabilidades que persistem desde um apagão elétrico em abril, garantindo que a origem do problema não reside nas aplicações informáticas da Justiça.