Influencer brasileiro alerta sobre a exposição infantil nas redes sociais
Felca optou por não monetizar um vídeo que denuncia a "adultização" de crianças nas redes, embora pudesse ter lucrado mais de 15 mil euros. O material já gerou repercussões políticas no Brasil.

Na semana passada, o conhecido youtuber e influencer brasileiro Felipe Pereira, popularmente conhecido como Felca, lançou um vídeo que rapidamente se tornou o centro das atenções, abordando a problemática da "adultização" de crianças nas redes sociais.
No conteúdo de cerca de 50 minutos, Felca ilustra como o algoritmo do Instagram pode ser explorado por pedófilos e abusadores, permitindo que apenas vídeos de menores sejam recomendações, fazendo com que crianças fiquem vulneráveis a essas situações perigosas.
Partilhado no dia 7 de agosto, o vídeo viralizou, alcançando mais de 36 milhões de visualizações em uma semana. Atualmente, já conta com mais de 38 milhões de visualizações e despertou reações da esfera política: alguns senadores brasileiros pediram a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar influenciadores que exploram conteúdos infantis nas redes.
A decisão de Felca de não monetizar o vídeo, conforme analisado pela revista Veja, significou que ele renunciou a uma quantia significativa. Se tivesse optado pela monetização, estima-se que teria arrecadado cerca de 100 mil reais, equivalendo a aproximadamente 15,8 mil euros. Apesar de não ter lucrado, essa escolha pode ter aumentado a credibilidade do tema abordado, especialmente após o seu vídeo viral sobre um teste de maquilhagem da influencer Virginia Fonseca.
O impacto do vídeo foi amplamente reconhecido. O presidente brasileiro, Lula da Silva, comentou que o conteúdo “exibiu crimes digitais”, e a autora de novelas Gloria Perez considerou a divulgação “mais que necessária”.
Além disso, os ecos da mensagem de Felca chegaram a Portugal, onde o apresentador Nuno Markl expressou no Instagram a sua admiração pelo vídeo, referindo que se tornou ciente de Felca e elogiando a importância do seu trabalho: “Vivemos uma era estranha que cria vilões com base em preconceito para desviar a atenção de problemas graves”.