Incêndio florestal em Arganil: A trovoada seca acendeu as chamas

Um incêndio florestal eclodiu na madrugada de hoje na freguesia do Piódão, em Arganil, Coimbra, com as autoridades a sinalizarem uma descarga elétrica proveniente de uma trovoada seca como a causa do sinistro.

O presidente da junta de freguesia do Piódão, José Lopes, relatou à Lusa que o fogo teve início aproximadamente às 05:00, na encosta superior da aldeia histórica. O alerta foi dado por um vigilante de um hotel na área, que testemunhou a ocorrência.

"Estava a dormir e ouvi um grande estrondo, por volta das cinco menos dez. Fui à janela, mas não notei nada de anormal. Poucos minutos depois, recebi o telefonema do vigilante a avisar sobre o incêndio", explicou Lopes.

Assim que tomou conhecimento da situação, o autarca e outros colaboradores dirigiram-se à aldeia. “Os bombeiros rapidamente começaram a chegar, e estamos a fazer o que podemos para controlar a situação”, acrescentou.

José Lopes detalhou que há várias brigadas de bombeiros no interior da aldeia e nas áreas circundantes. De acordo com o plano de emergência "Aldeias Seguras", algumas pessoas foram encaminhadas para a igreja matriz devido à presença de cinzas e fumo intenso.

O autarca recordou os desafios enfrentados em incêndios anteriores, como o de outubro de 2017, destacando que desta vez os bombeiros conseguiram entrar na aldeia antes que as chamas se tornassem mais agressivas.

No total, foram mobilizadas cerca de dez viaturas de bombeiros nas zonas principais da aldeia e nas áreas elevadas, além da proximidade com o hotel Inatel.

Amândio Dinis, presidente da Junta de Freguesia de Pomares, também mencionou que as chamas se propagaram a partir do Piódão, alimentadas pelos ventos fortes em terrenos montanhosos. Esta situação suscita um alerta elevado em várias aldeias vizinhas.

Em resposta ao incêndio que se alastra pelas freguesias de Piódão e Pomares, a Câmara Municipal de Arganil ativou o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil, uma medida que visa assegurar uma coordenação mais eficiente entre os operacionais e entidades envolvidas.

O comunicado da autarquia na sua página do Facebook informou que a situação é grave, com múltiplas frentes de fogo, agravadas pela força do vento.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil reportou que, pelas 12:30, estavam a combater o incêndio em Arganil 431 operacionais, apoiados por 131 viaturas e seis meios aéreos.