Economia

Impactos das Tarifas de Trump Desafiam Empresários Portugueses no Brasil

Empresários luso-brasileiros enfrentam dificuldades devido a tarifas de 50% dos EUA. Líderes apelam à diversificação de mercados e ao acordo União Europeia-Mercosul como soluções.

há 12 horas
Impactos das Tarifas de Trump Desafiam Empresários Portugueses no Brasil

Os efeitos das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos estão a ser sentidos profundamente entre as empresas portuguesas e luso-brasileiras que operam no Brasil. Carlos Alberto Lopes, presidente da Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil, observou que estas novas taxas "impactam diretamente as empresas portuguesas e os empresários de origem portuguesa" estabelecidos no país.

Karene Vilela, líder da Câmara Portuguesa de Comércio em São Paulo, que representa cerca de 550 negócios de diversos setores, também destacou que as tarifas afetam diretamente os empresários luso-brasileiros. Segundo ela, "especialmente no setor da cadeia de fornecimento, em áreas como máquinas, equipamentos e bens de consumo", a situação é preocupante, uma vez que a indústria brasileira é “extremamente ‘dolarizada’”, o que encarece os custos de produção.

A empresária Renata Ramalhosa, radicada em São Paulo, partilha esta preocupação, afirmando que as tarifas adicionais americanas têm potencial para afetar toda a economia brasileira. Isso poderá impactar as relações comerciais das empresas portuguesas, quer de forma direta, através de laços comerciais com os EUA, quer de forma indireta, devido a consequências macroeconómicas como o aumento da inflação e a valorização do dólar.

Renata fez ainda questão de salientar que todas estas dificuldades encarecem os custos de operação, afetam o poder de compra e tornam o acesso ao crédito mais caro.

As sanções norte-americanas afetaram cerca de 35% das exportações brasileiras, que já enfrentavam um défice na balança comercial com os EUA. Embora produtos como aviação e ferro tenham ficado de fora das tarifas, itens como carne, café e frutas continuam a ser penalizados.

No ano de 2024, cerca de 12% das exportações brasileiras seguiram para os Estados Unidos, totalizando 40,3 mil milhões de dólares, enquanto as importações dos EUA atingiram os 40,5 mil milhões de dólares.

Líderes empresariais concordam que a solução passa pela diversificação de mercados e pelo reforço com o continente asiático, assim como pela concretização do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Carlos Alberto Lopes sublinhou a urgência deste acordo, que poderia abrir as portas a mais de 700 milhões de consumidores.

Renata também afirmou que a assinatura desse acordo no atual panorama geopolítico "representaria um valor simbólico e estratégico, promovendo a cooperação entre os dois blocos" e reduzindo assim a dependência das tarifas americanas. Karene Vilela ecoou este sentimento, enfatizando que a crescente instabilidade geopolítica torna a diversificação de mercados “cada vez mais urgente”.

Na sequência destes desenvolvimentos, o Presidente brasileiro, Lula da Silva, anunciou um pacote de apoio aos exportadores afetados, revelando planos para uma ofensiva comercial global que busca novos mercados, incluindo diálogos com potências como a Índia, China, África do Sul, França e Alemanha.

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