IGAS não relaciona atraso do INEM a morte em Montemor-o-Velho

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) concluiu que não existe ligação entre o atraso no atendimento a uma chamada de emergência pelo INEM e a morte de uma mulher de 73 anos em Montemor-o-Velho, ocorrida a 4 de novembro de 2024.

O inquérito indica que, embora a operação dos serviços de emergência tenha sido afetada por uma greve dos técnicos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), não foi possível установить um nexo de causalidade entre a demora no atendimento pelo CODU ([Centro de Orientação de Doentes Urgentes](https://mse.gov.pt)) e o resultado fatal.

A IGAS explicou que a chamada para o número 112 foi realizada apenas 21 minutos após a vítima ser descoberta inconsciente e sem sinais de vida. A peritagem médica salientou que, no caso de paragem cardiorrespiratória, a reanimação deve ser iniciada imediatamente, sendo que, após dez minutos sem essa intervenção, as chances de recuperação são praticamente inexistentes.

O relatório da IGAS com as suas conclusões foi enviado ao conselho diretivo do INEM, ao Ministério Público de Coimbra – que investiga o caso – e ao gabinete da ministra da Saúde.

No dia do incidente, houve uma coincidência de greves que resultaram em atrasos significativos no atendimento do INEM, nomeadamente a greve à hora extraordinária dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) e a paralisação da Função Pública.

Um relatório anterior da IGAS indicou que mais de metade das chamadas para o INEM nesse dia foram abandonadas, com apenas 2.510 das 7.326 chamadas recebidas a serem atendidas.

Além disso, a IGAS está a analisar 12 casos de mortes ocorridas em dias de greve, sendo este o nono caso já analisado, tendo dois dos óbitos sido associados a atrasos no socorro.