Famílias de reféns convocam protesto em Israel por melhores negociações de paz
As famílias dos reféns israelitas em Gaza organizam novo protesto para domingo, pedindo um acordo de paz que inclua a libertação dos seus entes queridos.

As famílias dos reféns israelitas detidos na Faixa de Gaza agendaram um novo protesto para este domingo em várias cidades de Israel. O objectivo é exigir um entendimento de paz com o grupo islamita Hamas que assegure a libertação dos seus familiares.
O Fórum de Familiares de Reféns e Pessoas Desaparecidas expressou que as manifestações realizadas no domingo anterior, sob a bandeira "Israel Retira", provaram o desejo da população israelita de trazer os reféns de volta e pôr fim ao conflito.
As atividades programadas para o domingo incluirão uma marcha pelas ruas de Telavive e um protesto na Praça dos Reféns, um local que já viu a união de centenas de milhares de pessoas em solidariedade com as famílias dos sequestrados.
Os organizadores do evento afirmaram que mais de dois milhões de cidadãos israelitas participaram nas ruas, embora a adesão à greve nacional tenha sido baixa, especialmente entre sindicatos e empresas.
Além disso, os familiares apelaram ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que utilize as suas “extraordinárias capacidades de negociação” para facilitar um acordo que termine com o conflito e permita a libertação dos 50 reféns ainda retidos em Gaza, dos quais se acredita que 20 estejam vivos.
"Enquanto se esforçam para resolver a crise na Ucrânia, esperamos que demonstrem a mesma determinação para acabar com este pesadelo em Gaza", disseram os familiares antes do encontro agendado entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca.
O chefe do Estado-Maior do Exército israelita, Eyal Zamir, anunciou que a atenção militar se concentrará na cidade de Gaza, visando atacar decisivamente o Hamas. "Hoje aprovámos o plano para a próxima fase da guerra", afirmou durante uma visita ao local.
O protesto de domingo seguiu-se a um dia de greves nacionais em sectores como o comércio e transporte, em oposição à decisão do governo israelita de intensificar a ofensiva em Gaza em vez de buscar um acordo para a devolução dos reféns.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu criticou os apoiantes da greve, acusando-os de fortalecer o Hamas e atrasar a libertação dos reféns. "Aqueles que pedem o fim da guerra sem garantir a derrota do Hamas estão a perpetuar o ciclo de violência e a garantir que tragédias como as de 07 de outubro se repitam", disse durante uma reunião do governo.
A campanha militar israelita, desencadeada após o ataque do Hamas em outubro de 2023, já resultou em mais de 62 mil mortos, destruiu quase todas as infraestruturas de Gaza e forçou centenas de milhares a abandonar as suas casas, levando a acusações de genocídio por várias nações e organizações.
As Nações Unidas alertaram para a iminente crise de fome no enclave, onde Israel bloqueou a ajuda humanitária durante meses, embora tenha começado a permitir alguma assistência recentemente, que ainda assim é considerada insuficiente para satisfazer as necessidades de uma população de mais de dois milhões de pessoas.