Diplomacia jordana critica ações de Israel que ameaçam a paz no Médio Oriente
Ayman Safadi, ministro jordano dos Negócios Estrangeiros, condenou a atitude de Israel em Gaza, alertando para a escalada do conflito e a crise humanitária que se agrava.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, expressou hoje acusações graves contra Israel, afirmando que as suas ações estão a "matar as perspetivas de paz" na região do Médio Oriente. A condenação surge após o Governo israelita ter dado autorização para a tomada da cidade de Gaza.
Durante um encontro com o seu homólogo russo, Serguei Lavrov, Safadi sublinhou: "Observamos como o Governo israelita não só mata palestinianos e destrói qualquer esperança de paz, mas também amplia o conflito para o Líbano e a Síria." O ministro jordano criticou a situação "desumana" em Gaza e expressou o seu desejo de discutir com Lavrov possíveis iniciativas para acabar com os "massacres e a fome" que assolam a região.
Ayman Safadi reafirmou que "a paz é um objetivo estratégico para todos nós e o único caminho para a estabilidade na região". Embora a Jordânia não faça fronteira com Gaza, o país é afetado pela guerra em curso entre Israel e o Hamas, que se intensificou após um ataque do movimento islamita palestiniano em 7 de outubro de 2023, resultando na morte de cerca de 1.200 pessoas em Israel, a maioria civis, e na tomada de 251 reféns.
Entretanto, Israel Katz, o ministro da Defesa de Israel, ordenou a mobilização de 60.000 reservistas em resposta à expansão do conflito, enquanto se tentative mediar um cessar-fogo e a libertação dos reféns israelitas.
Em paralelo, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Egito, Badr Abdelaty, discutiu a situação de Gaza com o enviado dos Estados Unidos, Steve Witkoff, sublinhando a urgência em acabar com a guerra. Ele sugeriu que o período de trégua de 60 dias proposto pelo Hamas poderia ser utilizado para negociar um fim para o conflito e estabelecer uma solução justa para a questão palestiniana.
A proposta do Hamas inclui um cessar-fogo temporário, troca de reféns e a garantia de ajuda humanitária para os palestinianos. No entanto, Israel continua a exigir a libertação total de todos os seus reféns, situação que complica as negociações.
Os últimos dados das autoridades locais indicam que a guerra resultou em 62.122 mortos e 156.758 feridos, com uma grave crise humanitária em Gaza, onde mais de 2,1 milhões de pessoas enfrentam uma "situação de fome catastrófica". A ONU já alertou que o território se encontra em estado de emergência e que as ações israelitas podem ser consideradas genocídio.