Clubs Históricos da I Liga Perdem Status Profissional
O Boavista, juntamente com outros nomes tradicionais, regressa ao futebol não profissional, após falhar a inscrição para a Liga 3, encerrando um ciclo de presença na elite.

O Boavista, um dos históricos do futebol português, verá a sua participação na próxima temporada a ocorrer no âmbito do futebol não profissional. Este regresso assinala o fim de um ciclo significativo para a equipa, que não falhava a presença na I Liga desde a época 2014/15. Após ter sido despromovido ao segundo escalão em maio, o clube não conseguiu completar a sua inscrição na Liga 3, o que levou à sua relegação administrativa.
Desde 2014/15, os 'axadrezados' estiveram em contínua ascensão, voltando a ganhar notoriedade após a sua reintegração a partir do terceiro escalão nacional e a reversão da despromoção que sofrera em 2007/08, em consequência do famigerado processo do Apito Final.
O Boavista é o nono clube com mais participações na I Liga, com 62 épocas, e um dos cinco campeões nacionais, conquistando o título em 2000/01, pondo fim à hegemonia de Benfica, FC Porto e Sporting.
Entretanto, outros clubes também lutam com desafios semelhantes. Por exemplo, o Beira-Mar, que já não participa na I Liga há 12 anos, enfrenta a sua quarta época consecutiva no Campeonato de Portugal, enquanto o Vitória de Setúbal, que assim como muitos outros, não conseguiu o licenciamento devido a dívidas, desceu ao futebol distrital.
As dificuldades financeiras também afetaram a União de Leiria, que após reestruturações, foi campeã da Liga 3 na época 2022/23 e competiu na II Liga. Mas as cisões entre os clubes e as SAD têm sido danos colaterais, com o Atlético e o Olhanense também a mirarem um regresso ao patamar profissional.
Ainda no seio dos afetados, o Sport Comércio e Salgueiros, que após sucessivos problemas financeiros, optou por rebatizar-se e voltar a desempenhar um papel no Campeonato de Portugal, tendo recentemente recuperado a sua designação original.
Se a situação de muitos clubes indica um momento crítico no futebol português, também há uma nova geração de equipas a emergir, como é o caso do Club Football Estrela, que resultou da fusão entre o Sintra Football e o Clube Desportivo Estrela. Esta situação reflete um panorama em constante evolução no desporto nacional, com muitos históricos a afastarem-se em busca de renascimento nas ligas inferiores.
O futuro das equipas que marcam a história do futebol em Portugal continua incerto, mas a resiliência e a adaptação aos novos desafios serão cruciais para que possam voltar a brilhar nas ligas superiores do país.