A Sabotagem no Nord Stream: Metano em Níveis Alarmantes
A ONU revelou que a sabotagem dos gasodutos Nord Stream em 2022 resultou na maior emissão de metano gerada pelo homem, um sério alerta ambiental.

A sabotagem dos gasodutos Nord Stream, ocorrida em setembro de 2022, teve consequências ambientais devastadoras, conforme indicado por um estudo recente que envolveu a colaboração de cerca de 70 cientistas de 30 instituições de pesquisa. Este estudo foi apresentado ao Conselho de Segurança da ONU pelo secretário-geral adjunto Miroslav Jenca durante uma reunião convocada pela Rússia para discutir as explosões.
Os cientistas avaliaram que a quantidade de metano que escapou dos gasodutos no Mar Báltico varia entre 445.000 e 485.000 toneladas, um número que supera em mais do dobro as estimativas anteriores. Jenca alertou que essa emissão contribuiu para o aquecimento global, sendo o equivalente ao impacto ambiental gerado por oito milhões de automóveis durante um ano.
Apesar de representar uma fração das emissões globais de metano, Jenca sublinhou a importância deste evento como um aviso sobre as consequências ambientais da destruição de infraestruturas críticas. O estudo foi coordenado pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente, que procura abordar essas questões de forma rigorosa.
Recentemente, as autoridades alemãs anunciaram a detenção de um ucraniano na Itália, suspeito de estar envolvido na coordenação dos ataques ao Nord Stream. O detido é acusado de causar explosões e destruir infraestruturas, em violação da constituição alemã. O seu pedido de extradição para a Alemanha será avaliado em tribunal a partir de 3 de setembro.
Na discussão no Conselho de Segurança, a Rússia manifestou dúvidas acerca da responsabilidade do cidadão ucraniano, argumentando que a complexidade do ato de sabotagem requer capacidades que apenas um seleto grupo de nações possui. O embaixador russo na ONU, Dmitry Polyanskiy, afirmou que esta narrativa serve para desviar a atenção de figuras chave envolvidas.
Por outro lado, vários membros do Conselho de Segurança insistiram na necessidade de respeitar a integridade das investigações, indicando contradições na posição da Rússia. A diplomata britânica, Jennifer MacNaughtan, destacou a hipocrisia de Moscovo, que pede responsabilização por ataques enquanto intensifica os seus próprios ataques à infraestrutura na Ucrânia.
A França também criticou a convocação da reunião, sugerindo que a Rússia busca desviar a atenção da comunidade internacional enquanto continua o seu ataque à Ucrânia.
Os gasodutos Nord Stream I e II, que ligam a Rússia à Alemanha, sofreram quatro fugas detectadas próximas à ilha de Bornholm, na Dinamarca, em setembro de 2022. Investigações separadas por Dinamarca, Alemanha e Suécia foram iniciadas, com a Rússia insistindo que foram atos de terrorismo, enquanto os outros países concordaram em chamar o incidente de sabotagem.
Em fevereiro de 2024, Dinamarca e Suécia encerraram as suas investigações, mas a Alemanha continua a investigar o caso, sendo o único país com um processo formal em curso.