Vieira da Silva critica aliança do Governo com a extrema-direita
O ex-ministro Vieira da Silva recomenda ao PS que não procure ser o parceiro prioritário do Governo, alertando para a aliança com a extrema-direita.

Em declarações recentes, o ex-ministro do Trabalho, Vieira da Silva, expressou a sua preocupação relativamente à direção política do atual Governo PSD/CDS. Durante uma entrevista ao programa "Conversa Capital", na Antena 1 e no Jornal de Negócios, afirmou que o PS não deve esforçar-se para se tornar o "parceiro preferencial" do executivo.
“O PS não tem que se colocar em bicos de pés. Deve apresentar as suas próprias posições e negociá-las com quem está a conduzir o governo, em vez de se preocupar com outras forças políticas. Não existe um trio a negociar”, declarou.
No contexto do debate sobre o estado da Nação, o líder do PS, José Luís Carneiro, criticou o primeiro-ministro por mudar o seu posicionamento de "não é não" para "sim é sim" no que diz respeito à relação com o Chega. Em resposta, Luís Montenegro refutou as acusações, sublinhando a importância de dialogar com todos os partidos e pediu humildade aos socialistas.
Vieira da Silva expressou a sua crença de que o Governo de Luís Montenegro não ultrapassará limites críticos que respeitam o Estado Democrático, o projeto europeu e a estratégia de defesa. Ele frisou que uma vantagem do PS é o respeito pela concertação social.
No final de uma semana que evidenciou a colaboração entre o executivo e o Chega na aprovação de uma alteração à lei dos estrangeiros, Vieira da Silva afirmou que “Luís Montenegro e o seu governo acabaram de estabelecer uma aliança efetiva com a extrema-direita”.
Ainda, alertou que a extrema-direita, tal como em vários outros países, promove uma retórica centrada na xenofobia, racismo e na imputação de todos os problemas à imigração.