Política

PS pede esclarecimentos urgentes sobre oposição à menção da fome em Gaza

O PS manifestou indignação pela recusa do Governo em incluir referência à crise alimentar em Gaza na cimeira da CPLP e exige que o ministro Paulo Rangel preste explicações no parlamento.

19/07/2025 14:10
PS pede esclarecimentos urgentes sobre oposição à menção da fome em Gaza

O Partido Socialista (PS) expressou hoje a sua "grande estupefação e indignação" face à recusa do Governo português em incluir uma menção à insegurança alimentar em Gaza na declaração final da recente cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Esta posição foi revelada pelo jornal Público, que avançou que, durante a reunião do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da CPLP (Consan-CPLP), a delegação de Portugal se opôs à inclusão do tema, o que levou a que esta referência não fosse aprovada.

João Torres, vice-presidente da bancada socialista, afirmou à Lusa que a situação exige "esclarecimentos urgentes" do Ministério dos Negócios Estrangeiros. O PS anunciou que vai solicitar, na próxima sessão legislativa, a audição do ministro Paulo Rangel para que este possa explicar a posição do Governo sobre esta questão crucial, especialmente à luz da tragédia que se tem desenrolado na Faixa de Gaza nos últimos meses.

Ainda que o pedido de audição do ministro esteja agendado para setembro, o PS sublinha a necessidade de uma "explicação imediata" e planeia abordar a questão na Comissão de Negócios Estrangeiros na próxima terça-feira.

Outros partidos, como o Livre, PCP e BE, também já questionaram o governo sobre esta oposição à referência à insegurança alimentar em Gaza, considerando-a injustificável. João Torres lembrou que, apesar das opiniões desfavoráveis ao reconhecimento do Estado da Palestina por parte das bancadas da direita, o Governo tem se afirmado como defensor das relações com a Autoridade Nacional Palestiniana.

No entanto, a notícia do Público contraria a “visão humanista” que o Executivo diz adotar em relação a este conflito. Torres frisou a gravidade da situação em Gaza, argumentando que é crucial que se dê visibilidade a este drama em todas as plataformas políticas possíveis.

Segundo o jornal, a proposta que foi rejeitada provinha da sociedade civil e visava condenar todas as formas de violência que ameaçam o direito humano à alimentação, com especial atenção para as crianças palestinianas.

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