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Primeiro-ministro francês estabelece prazo de dois meses para o orçamento de 2026

François Bayrou anunciou que terá dois meses para concluir o plano orçamental de 2026, que implica um ajustamento de quase 44 mil milhões de euros. O plano enfrenta resistência da oposição.

19/07/2025 15:00
Primeiro-ministro francês estabelece prazo de dois meses para o orçamento de 2026

O primeiro-ministro francês, François Bayrou, anunciou que tem "dois meses" para desenvolver o plano orçamental destinado a 2026, que prevê um ajuste significativo próximo de 44 mil milhões de euros, composto por cortes de despesas e aumento de receitas.

Em declarações ao canal BTMTV, enquanto esperava o início de uma etapa da Volta a França em Pau, Bayrou sublinhou que, durante este tempo, serão fornecidas explicações detalhadas e esclarecimentos para "especificar, aperfeiçoar e responder" ao orçamento de cada ministério. O primeiro-ministro fez uma analogia com a cordilheira dos Himalaias para ilustrar a complexidade do processo, destacando a necessidade de superar obstáculos, semelhantes ao Monte Evereste, que se estende por cinco países asiáticos.

No entanto, Bayrou recusa-se a entrar em detalhes adicionais ou a comentar sobre a reação da oposição ao esboço orçamental, adotando uma regra de separar questões desportivas de política nacional: "Não misturo a Volta à França com a política nacional".

A oposição, incluindo tanto a extrema-direita como a aliança de partidos à esquerda, criticou duramente os principais pontos do novo orçamento e ameaça avançar com uma moção de censura no outono, após as férias parlamentares. A união dos partidos na oposição foi decisiva na queda do governo anterior, liderado por Michel Barnier, em dezembro do ano passado, precisamente devido ao orçamento de 2025.

O presidente Emmanuel Macron descreveu o plano de austeridade de Bayrou como "corajoso, ousado e lúcido". Este plano, que marca uma abordagem inédita de austeridade em França nos últimos anos, tem como objetivo reduzir o défice público de 5,8% do PIB em 2024 para 4,6% em 2026.

Entre as medidas propostas, estão o congelamento das despesas públicas (exceto um aumento no orçamento da defesa) e a suspensão das pensões de reforma e das prestações sociais. Adicionalmente, o plano sugere a eliminação de dois dos onze feriados anuais em França, cortes de 5 mil milhões de euros nas despesas das autarquias e o aumento da luta contra a fraude fiscal, visando aumentar as receitas.

Bayrou reiterou a importância de conter o crescimento da dívida pública, que, se continuar na trajetória atual, poderá ultrapassar os 100 mil milhões de euros até 2029, tornando-se a principal rubrica do orçamento.

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