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Grécia inicia detenções de migrantes após suspensão temporária de asilo

O governo grego deteve cerca de 200 migrantes que chegaram recentemente, após a suspensão dos pedidos de asilo para requerentes do Norte de África, conforme revelou o ministro da Imigração.

19/07/2025 19:00
Grécia inicia detenções de migrantes após suspensão temporária de asilo

A Grécia começou a deter migrantes ilegais, com cerca de 200 pessoas retidas pela guarda costeira após a suspensão dos pedidos de asilo, uma medida implementada pelo governo conservador sob a liderança de Kyriakos Mitsotakis. A informação foi divulgada pelo ministro da Imigração, Thanos Plevris, na rede social X.

"Os migrantes que chegaram da Líbia nas últimas horas são considerados ilegais e não têm direito a solicitar asilo. Não serão alojados em centros de acolhimento, mas ficarão sob custódia policial aguardando o repatriamento", explicou Plevris.

Esta decisão segue-se ao anúncio do governo grego, a 9 de julho, da suspensão por três meses da análise dos pedidos de asilo de migrantes que chegassem por mar a partir do Norte de África.

De acordo com as autoridades, mais de 7.300 migrantes desembarcaram em Creta e na ilha de Gavdos desde o início do ano, em comparação com 4.935 chegadas registadas em 2024. Dentre os aproximadamente 200 migrantes detidos, 190 chegaram ao sul da ilha de Creta, enquanto os restantes 11 foram localizados próximo da ilha de Agathonísi, ao largo da costa turca, conforme relatado pela guarda costeira à agência de notícias AFP.

Informações da televisão pública ERT revelaram que um dos migrantes detidos apresentava ferimentos e acabou falecendo no hospital.

A Grécia tem visto um aumento significativo na chegada de migrantes da Líbia, concentrando-se principalmente na ilha de Creta, que é a terra natal do primeiro-ministro. Só no mês de julho, mais de 2.000 migrantes chegaram ao território, o que gerou preocupações entre as autoridades locais e o setor turístico, levando a um apelo para que o governo tomasse medidas eficazes para conter este fluxo.

Além disso, o Ministério da Imigração está a preparar uma nova legislação que prevê penas de prisão superiores a dois anos para migrantes que entrem ilegalmente no país, podendo ser elevadas a mais de cinco anos em caso de reincidência. "Quem entra ilegalmente no meu país deve compreender que está a entrar num regime de vigilância, e não de hospitalidade", afirmou Thanos Plevris em entrevista ao canal Open TV. "Sou favorável a medidas dissuasoras... não somos um hotel", frisou o ministro, descrevendo a chegada de migrantes como uma "invasão".

Vale recordar que Atenas já havia temporariamente suspendido a análise de pedidos de asilo em 2020, no auge da crise migratória com a Turquia, quando milhares de pessoas em busca de asilo na União Europeia se dirigiram à fronteira greco-turca.

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