Economia

Colheita de vinho no Douro em risco de queda acentuada

A vindima de 2025 no Douro pode sofrer uma redução de 20%, resultando em 220 mil pipas, devido a condições climáticas adversas e doenças da videira, segundo a ADVID.

17/07/2025 13:00
Colheita de vinho no Douro em risco de queda acentuada

A previsão de colheita de vinho para 2025 na Região Demarcada do Douro indica uma diminuição de cerca de 20%, com a produção estimada em 220 mil pipas, conforme anunciou a Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), com sede em Vila Real.

Luís Marcos, diretor-geral da ADVID, ressaltou que este ano foi consideravelmente atípico, tanto em termos meteorológicos como no ciclo de crescimento da videira. Embora a floração tenha sido satisfatória, as vinhas foram prejudicadas por doenças como o míldio e o escaldão, este último causado por temperaturas elevadas e baixa humidade, que se manifestou em junho.

As estimativas da ADVID fundamentam-se na análise de pólen durante a floração nas sub-regiões do Douro – Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior. No entanto, esses dados não contemplam os efeitos pós-florais, que podem impactar a quantidade final de produção.

Para este ano, a ADVID menciona um intervalo de produção potencial variando entre 237 e 267 mil pipas, mas Luís Marcos alerta que a realidade pode ficar abaixo desse mínimo, com uma previsão em torno de 220 mil pipas, representando uma diminuição de cerca de 20% em comparação ao ano anterior, que registou 274 mil pipas.

O diretor da ADVID destacou a redução na fertilidade das vinhas, onde o número de cachos por videira é inferior ao habitual. Apesar do vigor no crescimento, os cachos apresentaram tamanhos reduzidos em várias áreas da região.

As condições climáticas no inverno foram secas e quentes, atrasando o ciclo vegetativo. A precipitação acima da média em março e abril finalmente contribuiu para um certo equilíbrio no desenvolvimento da videira, mas a floração começou a destoar em relação à média histórica.

A incidência do míldio, embora cíclica, teve um aumento significativo devido a condições de verões húmidos, impactando negativamente a previsão de produção. As áreas mais afetadas incluem o Baixo Corgo e partes mais elevadas, como Alijó e Sabrosa.

A colheita das uvas deverá iniciar no final de agosto, e as expectativas de produção poderão ser afetadas pelas condições climáticas nas próximas semanas. O cuidado contínuo com as vinhas será assim essencial.

As projeções de vindima também são fundamentais para o conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), que utilizará essas informações para determinar o "benefício", definindo a quantidade de mosto que cada produtor poderá transformar em vinho do Porto. O benefício para a vindima de 2024 foi fixado em 90 mil pipas.

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