"Cessar-fogo entre Israel e Síria: A UE apela ao diálogo e proteção dos civis"

A União Europeia (UE) manifestou satisfação pelo cessar-fogo recentemente estabelecido entre o Governo sírio e Israel, com a mediação dos Estados Unidos. O porta-voz do serviço diplomático da UE salientou que "o cessar-fogo deve ser respeitado por todas as partes".

Segundo o comunicado, "este é o momento propício para iniciar diálogos que promovam uma transição inclusiva". As autoridades de transição na Síria devem zelar pela segurança e proteção de todos os cidadãos sírios, independentemente de sua origem étnica ou religiosa.

A UE exortou as partes a interromperem imediatamente qualquer ato de violência, sublinhando que países estrangeiros, como Israel, devem "respeitar a soberania e a integridade territorial da Síria". O documento também enfatizou que as autoridades sírias são responsáveis por implementar medidas de desarmamento e reestruturação das forças de segurança, de acordo com normas internacionais.

"Estamos dispostos a apoiar todos os esforços para alcançar uma mudança pacífica, que seja genuinamente dirigida pela própria Síria", declarou a UE.

A nota também expressou preocupação pelas recentes centenas de vítimas civis decorrentes da violência, instando que aqueles responsáveis por graves violações do direito internacional humanitário sejam punidos e levados à justiça, com a colaboração de mecanismos internacionais adequados.

A escalada de confrontos começou no passado domingo entre combatentes drusos e tribos beduínas na cidade de Sweida, forçando a intervenção das forças do governo sírio, que foram também acusadas de atacar grupos drusos. Como resposta, Israel bombardeou alvos das tropas do governo em Sweida e em Damasco, pressionando por uma maior proteção aos drusos.

Em uma declaração recente, a Presidência síria fez um apelo ao "cessar-fogo imediato", solicitando que todas as partes o respeitem perante a escalada de violência.

O Governo interino, sob a liderança de Ahmad al-Charaa, confirmou o reenvio das suas tropas para Sweida, numa ação reflexiva do acordo mediado pelos Estados Unidos. O enviado dos EUA, Tom Barrack, reportou que tanto o Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, quanto Al-Charaa "concordaram com o cessar-fogo".

Infelizmente, as consequências da violência foram severas, com pelo menos 940 mortes registadas nos confrontos intercomunitários na província de Sweida, predominantemente drusa, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH). A Organização Internacional para as Migrações (OIM) registra que cerca de 80.000 pessoas foram forçadas a abandonar suas casas devido à violência.