Bombeiros ameaçam suspender uso de ambulâncias do INEM por falta de pagamento
Trabalhadores do INEM criticam a falta de verbas do Governo, que pode comprometer a prestação de serviços de emergência. A Liga dos Bombeiros exige pagamentos urgentes.

A comissão de trabalhadores do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) manifestou hoje a sua preocupação com a atual situação financeira do instituto, apontando que não pode ser transformado numa "arma de arremesso político" devido à insuficiência de verbas que impede o pagamento aos bombeiros que utilizam as suas ambulâncias.
Em comunicado, os trabalhadores assinalam que "os bombeiros esperam legitimamente o pagamento do que lhes é devido" e criticam o facto de os Ministérios das Finanças e da Administração Pública ainda não terem providenciado os recursos financeiros necessários para resolver esta questão.
A tomada de posição da comissão surge após a Liga dos Bombeiros Portugueses ter denunciado os atrasos nos pagamentos por parte do Ministério da Saúde, que se refletem na utilização das ambulâncias do INEM. A liga fez um apelo ao Governo para que os pagamentos sejam feitos até quarta-feira, caso contrário, ameaçaram suspender, na próxima sexta-feira, a utilização das ambulâncias afetadas.
António Nunes, presidente da Liga, afirmou que "os atrasos no pagamento dos serviços dos corpos de bombeiros estão a causar imensos problemas às associações", enfatizando que, apesar das intenções do INEM para resolver esta questão, os pagamentos ainda não foram efetuados.
A Liga sublinhou que, se não houver resolução, os bombeiros utilizarão as suas próprias ambulâncias para prestar socorro, destacando que não haverá prejuízos para a população, uma vez que as associações humanitárias dispõem de recursos suficientes. No entanto, este cenário agravará os custos para o INEM, uma vez que cada deslocação das viaturas do estado implica um custo de 21 euros, enquanto o uso de ambulâncias das associações tem um custo de 45 euros por serviço.