ANTEM exige a saída do líder do INEM devido a falhas na formação
A Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica solicita a demissão do presidente do INEM, criticando a falta de reformas essenciais e a gestão do curso de Tripulante de Ambulância de Socorro.

A Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) manifestou hoje a sua intenção de ver o presidente do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) demitido, citando a "ausência de reformas estruturais" essenciais, sobretudo no que diz respeito à formação dos profissionais.
No seu comunicado, a ANTEM refere que "dada a gravidade da situação e a falta de inovação por parte da atual direcção do INEM, é necessário um pedido de demissão do Presidente do Conselho Diretivo", considerando que tal atitude seria um "ato de responsabilidade institucional" e uma condição essencial para restaurar a confiança do público.
A associação destaca a importância da formação no setor, colocando em questão a "divulgação indevida, extensa e não autorizada" de testes do Curso de Tripulante de Ambulância de Socorro (TAS), promovido pelo INEM e por entidades privadas. Para a ANTEM, isso representa uma grave violação dos princípios que garantem a qualidade na formação de profissionais que atuam em situações de emergência médica.
Com base em "informações sólidas", a associação defende que a "disponibilidade informal de ferramentas de avaliação ameaça a frágil reputação do curso mencionado", colocando em risco a qualidade do ensino e a fiabilidade dos profissionais que operam em contextos críticos.
Diante desse cenário, a ANTEM pede ao INEM que suspenda "imediatamente os cursos em curso e que realize uma auditoria interna e externa independente", com o objetivo de averiguar a integridade dos processos de avaliação e de identificar possíveis falhas nos controles internos e externos.
Em dezembro passado, a ANTEM havia solicitado a reforma do curso TAS, propondo a sua substituição por um Programa de Educação de Técnico de Emergência Médica, que permitiria uma educação superior e o desenvolvimento de competências técnicas para melhor atender a população.
No mesmo comunicado, a associação reafirma que o curso TAS "não satisfaz critérios mínimos de validade científica ou exigência operacional", contrariando os padrões de educação aplicados em sistemas internacionais de Serviços Médicos de Emergência.
Além disso, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) revelou que há técnicos de emergência no INEM que não possuem as qualificações necessárias para ingressar na carreira. O projeto de relatório da auditoria na gestão do INEM concluiu que o instituto falhou em assegurar a realização dos cursos nos moldes aprovados e destaca falhas na formação prática dos alunos.